SISMAR Sindicato

4 de fev de 20222 min

Araraquara faz fama às custas da saúde física e mental dos profissionais da Saúde

Sem reajuste salarial desde 2019, servidores municipais também estão sem férias, com folgas suspensas e fazendo excesso de horas extras para atender a população nesta pandemia; mas quem leva a fama é o prefeito

Um bebê de 11 meses foi diagnosticado com covid-19 em Araraquara. Sua mãe é servidora municipal, técnica de enfermagem na Prefeitura. Ela trabalha diretamente no enfrentamento à pandemia e, mesmo sendo obviamente “contactante” de caso positivado, não têm direito ao afastamento garantido a todos os demais trabalhadores. Para poder cuidar de seu filho, ela terá que arcar com prejuízos financeiros causados pela apresentação de atestado.


 
O caso se repete em outras unidades da Prefeitura. Outras mães servidoras municipais da Saúde passam pelo mesmo transtorno.


 
E não são somente elas. Muitos profissionais da Saúde tiveram que cancelar compromissos e viagens em cima da hora porque a Prefeitura os proibiu de tirar suas férias já programadas.


 
Neste cenário já extenuante, muitos servidores também têm sido coagidos a fazerem mais e mais horas-extras, para darem conta de toda a demanda por testagem e atendimento. E eles dão conta. Exaustos, mas profissionais.


 
Quando o prefeito Edinho Silva diz que “Araraquara testa 100% da demanda”, quem testa são os servidores, quem atende, medica, encaminha, luta pela vida dos pacientes, são os servidores.


 
Se alguém merece reconhecimento pelo empenho e dedicação no combate à pandemia, são os servidores. Para a cidade ficar bem na foto, os servidores da Saúde estão completamente sobrecarregados.


 
E justamente eles, os servidores municipais que combatem a pandemia e fazem a cidade funcionar diariamente, além de sofrerem com toda essa pressão e descaso, também estão sem reajuste salarial desde 2019 e acumulam perdas salariais superiores a 30% de 2015 para cá.


 
Não há corpo e mente que suportem tamanha pressão e descaso. Boa parte da categoria, principalmente da Saúde, está revoltada.


 
O SISMAR sabe que estas são exatamente as condições e o ambiente de trabalho que adoecem os profissionais.


 
Quando o trabalhador se dedica, se entrega, o mínimo que ele precisa receber em troca é salário digno, valorização e respeito. E tudo isso a Prefeitura de Araraquara tem negado a eles.

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