Depois de colocar Araraquara em destaque mundial pelo combate à pandemia, os servidores municipais que deram a vida nesta batalha são desvalorizados pelo governo Edinho; após seis anos e meio de gestão, funcionalismo está mais pobre e comendo menos
A proposta de 4,65% de reajuste salarial feita pela Prefeitura de Araraquara para os servidores municipais é um tapa na cara de toda a categoria. E vamos explicar detalhadamente os motivos.
A proibição de reajuste nos anos de 2020 e 2021, por causa da pandemia, provocou uma perda salarial de 16% para todos os servidores, quando a inflação fez os preços subirem e os salários ficaram congelados. Na prática, oferecer 4.65% de reajuste agora é pedir que os servidores que deram a vida no combate à covid-19 aceitem calados uma redução de mais de 10% em seus salários, considerando o poder de compra que tinham em 2017.
A realidade é essa: os salários hoje, após seis anos e meio de governo Edinho, compram 16% menos do que compravam quando ele assumiu a Prefeitura em 2017. Com reajuste de 4,65%, ainda fica um prejuízo de quase 11,5%.
Além disso, a arrecadação da Prefeitura tem crescido acima de 10% todo ano pelo menos desde 2019. A Prefeitura tenta enganar, portanto, em sua justificativa, ao dizer que “a crise econômica influencia arrecadação e repasses de dinheiro para o Município”.
O segundo item da contraproposta é outra tentativa da Prefeitura de se fazer de boazinha, mas que não se sustenta. A Prefeitura diz que vai reajustar o piso do funcionalismo em 20%, para R$ 1.563,97. Reajuste de 20% pode parecer muito, mas o valor real do “novo piso” do funcionalismo municipal consegue ser menor do que o menor salário de um funcionário do comércio da cidade, que é de R$ 1.620, de acordo com a convenção coletiva daquela categoria para 2023.
A proposta da Prefeitura coloca ainda os pisos do magistério e da enfermagem como se fossem concessões do Município, quando, na realidade, estes pisos foram estipulados em leis federais e são de cumprimento obrigatório pela Prefeitura.
Por fim, mas não menos pior, a Prefeitura propõe reajuste apenas no BÔNUS alimentação, não no valor do vale. Ou seja, aposentados e servidores adoecidos ficarão sem qualquer reajuste neste item. Bem como a proposta de reajuste de 4,65% no prêmio assiduidade também não contempla aposentados e nem repõe a perda ocasionada pela inflação desde a pandemia.
Por estes motivos, a contraproposta da Prefeitura foi rejeitada em assembleia pela categoria na noite desta terça-feira, 16. Os servidores decidiram reiterar a pauta de reivindicações e pedir abertura de mesa de negociação direta com o governo para avançarmos nas conquistas. Uma comissão de servidores foi eleita na mesma assembleia para acompanhar todo o processo de negociação.
Ainda nesta quarta-feira, o SISMAR protocolará oficialmente a decisão da assembleia e o pedido de abertura de negociações diretas.
Ponto a ponto:
Na justificativa: crise econômica influencia arrecadação e repasses de dinheiro para o Município.
A realidade: a receita de Araraquara cresceu 10% de 2019 para 2020, 21% de 2020 para 2021 e 11% de 2021 para 2022.
Na proposta: Reajuste de 4,65%.
A realidade: Edinho tirou 16% do salário na pandemia, e está devolvendo somente 4,65%
Na proposta: reajuste do Piso do funcionalismo para 1.563,97.
A realidade: Piso do comércio é de 1.620
Na proposta: Reajuste do piso do magistério
A realidade: este piso do Magistério é lei federal. Se não der por bem, terá que pagar na Justiça
Na proposta: Reajuste do piso da enfermagem
A realidade: este piso da Enfermagem é lei federal. Se não der por bem, terá que pagar na Justiça
Na proposta: reajuste do BÔNUS alimentação
A realidade: Nem todos os servidores recebem o bônus. Aposentados e servidores adoecidos não recebem
Na proposta: reajuste de 4,65% no prêmio assiduidade
A realidade: nem todos recebem o prêmio e o reajuste não repõe as perdas provocadas pela inflação desde a pandemia
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