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Araraquara vai colapsar de novo

É o que indicam os dados sobre contaminação e ocupação de leitos.



Poucos dias antes do lockdown – válido a partir de 21 de fevereiro – atingimos 100% de ocupação de leitos de UTI pela primeira vez em Araraquara, com 58 internados, dia 15 de fevereiro de 2021. Duas semanas antes, dia 31 de janeiro, eram 33 internados em UTI. Neste mesmo dia, a média de casos novos era de 81 – pela primeira vez na pandemia.

Hoje, dia 17 de maio, a média de casos novos está em 83 e são 88 internados em UTI. Estes números crescem há 7 dias consecutivos, sendo hoje o quinto dia com mais internados em UTI em toda a pandemia - o máximo foi 93. Nesta semana, fomos de 75 para 88 internados - ocupação de 93% dos leitos UTI Covid-19, ou seja, tem mais 7 leitos livres. A Prefeitura não tem divulgado casos de pacientes aguardando leito, mas isso não significa que eles não existam.

A média de casos novos, há uma semana, era de 43, hoje é 83. A primeira vez que Araraquara registrou cinco dias consecutivos com mais de 90 casos novos foi justamente no início da chamada “segunda onda”, que pegou a cidade em cheio com a nova cepa (P1). Depois da queda dos números por causa do lockdown, esta semana voltamos a registrar cinco dias seguidos com mais de 90 casos.

Também chama a atenção o número de doentes em quarentena, porque eles impactarão em breve o número de internações. Esta semana, voltamos a ter mais de 500 doentes de covid-19 ao mesmo tempo, desde a queda efeito do lockdown. O pico em 2020 foi de 363 doentes em quarentena.

Os números de hoje são muito parecidos com os que vimos pouco antes do colapso em fevereiro, porém, hoje o vírus mata o dobro de pessoas do que matava em janeiro. Os especialistas já falam da terceira onda e da potência da cepa indiana. Só não enxerga quem não quer.

Edinho acertou no lockdown e em outras medidas no combate à pandemia, mas erra gravemente agora, colocando a vida das pessoas em risco para não perder capital político junto aos grandes empresários.

Agora, com estes dados, já não basta fechar somente as escolas, é preciso um novo lockdown na cidade para conter o avanço desta doença que tem matado cinco Araraquarenses a cada dois dias. Ou vão pagar para ver e correr o risco de lotar hospitais e perder o controle novamente?

Ninguém pode ser obrigado a correr o risco de ser infectado por uma doença para a qual existe vacina. E é isso que se faz ao manter a circulação de pessoas pela cidade com atividades funcionando com este quadro pandêmico. Manter escolas e demais atividades abertas neste momento é contribuir para a morte das pessoas. E é matemática, não tem como escapar.

Apelamos à humanidade dos gestores, prefeito e membros do comitê de contingenciamento da covid-19: parem a cidade para salvarem vidas. Ajudem de outra forma. As mortes não vão parar enquanto escolas e demais atividades estiverem abertas obrigando grande circulação de pessoas.

Todos os estudos científicos demonstram que reduzir a circulação das pessoas reduz a circulação do vírus. Não podemos admitir mais e mais mortes para que as escolas e lojas possam abrir presencialmente. Diminuir o número de mortes não pode ser comparado a diminuir o impacto financeiro ou o desemprego.

Os servidores municipais de Araraquara estão exaustos, estressados, angustiados, com medo e deprimidos, temendo a doença, temendo adoecer seus familiares, sem conseguirem desenvolver suas atividades como sempre fizeram e os que estão trabalhando presencialmente ainda estão expostos diariamente ao risco de morte.

Manter escolas e outras atividades abertas neste momento é uma afronta não só aos educadores que estão em greve, mas também aos servidores da Saúde, que não deveriam ser obrigados a atender cada vez mais pacientes, presenciar o tempo todo o sofrimento e muitas vezes a morte. E também a todos os servidores, porque precisam de suas vidas preservadas e suas rotinas restabelecidas, mas seguem sofrendo por causa da política de manter hospitais lotados como se fosse controle da pandemia.

Esta doença é evitável e há vacina para ela. Como admitir tanto risco e tantas mortes?

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