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Prefeitura de Araraquara desistiu de proteger a população contra a covid-19

Apesar da vacinação, pandemia não acabou; Risco de transmissão da doença é elevado na cidade e mesmo os casos mais leves podem ter sequelas gravíssimas meses depois



Mesmo com mais de 70% da população vacinada, a Prefeitura de Araraquara coloca toda a população, especialmente as crianças ainda sem vacina, em risco desnecessário, ao abrir mão das medidas de distanciamento social para conter a transmissão da covid-19 na cidade, permitindo funcionamento irrestrito das atividades econômicas e com a obrigatoriedade de 100% de frequência presencial nas escolas, mantendo apenas o uso de máscaras.

O nível de transmissão medido na cidade ainda está elevado, segundo a Fiocruz, e, definitivamente, a covid-19 é uma doença para não se ter, nem em sua forma mais suave e sem sintomas! É melhor não pegar, porque a covid-19 ainda está sendo estudada e as sequelas e efeitos de longo prazo no corpo humano são pouco conhecidos.

Já se sabe que ela pode causar sequelas gravíssimas em quem se contamina, mesmo nos casos em que os primeiros sintomas são leves. As sequelas vão desde fadiga, dor e depressão, até perda de memória e problemas neurológicos, de acordo com pesquisa realizada pela Faculdade de Medicina da UFMG com pacientes internados no Hospital das Clínicas da Universidade. A pesquisa identificou que é possível que algumas das sequelas da covid-19 identificadas no primeiro grupo de pacientes persistam por até dois anos.

Outra pesquisa, publicada no Journal of the American Medical Association (JAMA), analisou 143 pacientes na Itália. Desses, apenas 12,6% foram internados em UTI, mas 87,4% relataram persistência de pelo menos um sintoma por mais de dois meses, como fadiga e falta de ar.

Sem vacina para crianças de até 12 anos e com aulas 100% presenciais obrigatórias, os casos nessa faixa etária são ainda mais prováveis (pelo retorno do contato com outras pessoas), e perigosos (pois podem resultar em uma rara síndrome inflamatória). A Organização Mundial da Saúde (OMS) batizou essa nova “doença” em maio, diante de uma crescente lista de casos no Reino Unido, EUA, França e Itália: chamou-a de Síndrome Multissistêmica Inflamatória Pediátrica (MIS-C, na sigla em inglês). Desde então, muitos médicos se dedicam a estudar essa estranha síndrome, mas ainda não estão claras suas causas nem os fatores que determinam que uma criança, cerca de um mês depois de passar quase sem sintomas pela covid-19, possa adoecer a ponto de quase morrer.

Dados atualizados divulgados no Boletim Infogripe da Fiocruz mostra o crescimento de casos de covid-19 justamente na faixa etária de até 9 anos (sem vacina), enquanto aponta queda nas demais faixas etárias.

Além desses dados alarmantes, uma pesquisa preliminar realizada por pesquisadores da University College London alerta também para a possibilidade de ocorrência de distúrbios cerebrais em pessoas que tenham tido covid-19. De acordo com o estudo, diversos pacientes com a doença, em Londres, sofreram com problemas variados, como distúrbios cerebrais, derrames, danos centrais ao nervo e outros efeitos graves.

Diante dos fatos e das evidências científicas, não há justificativa para a Prefeitura de Araraquara reduzir as restrições de distanciamento e obrigar aulas 100% presenciais. A única explicação para isso é que o controle da pandemia na cidade nunca foi para proteger a população, como já publicado pelo SISMAR, mas sim para proteger o capital político do prefeito. Ele não permitiu que pessoas morressem sem atendimento e ficou famoso por isso, mas não controlou efetivamente a transmissão da doença. Fica, então, a pergunta que não quer calar: quantos adoecimentos, mortes e sequelas foram/serão causados pelo descontrole da transmissão e poderiam ter sido evitados?



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