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Poucos, mas unidos e preservando suas vidas baseados na ciência

Servidores municipais da Educação de Araraquara seguem em greve contra o retorno presencial das atividades neste momento da pandemia; adesão foi baixa, mas quem aderiu está seguro que é a única maneira de proteger a saúde e a vida, sua e de seus familiares



Ainda é baixa a adesão à greve dos servidores municipais da Educação de Araraquara contra o retorno presencial das atividades neste momento da pandemia. Porém, baseados em estudos científicos, em evidências, os grevistas sabem que voltar ao trabalho presencialmente nas unidades agora significa risco de contaminação pela Covid-19 e que isso pode resultar na sua morte, ou de algum familiar próximo.

A greve foi decidida no sábado, dia 3, antes do almoço. Todos os veículos de comunicação da cidade anunciaram a greve. A Prefeitura foi comunicada formalmente desde sábado, por e-mail. Porém, até às 17h20 de hoje, dia 5, o SISMAR ainda não foi procurado pela Prefeitura para dialogar.

Assim, pelo desejo de continuar vivo, e pelo silêncio da Prefeitura diante da greve, a paralisação continua e nenhum servidor da Educação deve ir trabalhar presencialmente amanhã, dia 6, sob risco de se contaminar no local de trabalho e “vir a óbito”, como dizem.

É claro que muitos vão trabalhar, cada um por seu motivo. Mas todos que quiserem se preservar estão amparados pelo Sindicato.

Durante a greve, o SISMAR fará duas assembleias diárias, uma às 9h e outra às 16h, sempre pelo link www.facebook.com/sismar.org/live. Cada uma tem uma LISTA DE PRESENÇA DA ASSEMBLEIA que deve ser assinada por quem estiver presente (virtualmente).

A cada dia de greve, uma LISTA DE PRESENÇA NA GREVE ficará disponível durante todo o dia (das 9h, às 16h). Todos os servidores que fizeram greve precisam obrigatoriamente assinar essa LISTA DE PRESENÇA NA GREVE.


Dados e informações científicas

Em Araraquara, 385 crianças com menos de 9 anos de idade já tiveram covid-19, de acordo com os dados da Prefeitura. Isso com as escolas fechadas o ano todo. E este número deve ser muito maior, porque na maioria das vezes as crianças não desenvolvem sintomas.


Cada pessoa infectada, pode passar o vírus para outras 6 pessoas, conforme publicado por seis pesquisadores do Centers for Disease Control and Prevention (Centro para Controle e Prevenção de Doenças), principal instituto nacional de saúde pública dos Estados Unidos.


Essas crianças, potencialmente, infectaram 2.310 pessoas. Quantas morreram? Quem foi que morreu? E se fosse você, sua mãe, seu filho?


Temos, hoje, 5 de abril, 15 leitos de UTI e 44 de enfermaria disponíveis em Araraquara. Mas ter leitos não é garantia de nada, só garante que você não vai morrer na rua ou em casa, vai ser no hospital.


É verdade que a média de mortes em Araraquara caiu muito após o lockdown, mas precisamos lembrar que, no estado de São Paulo, sete em cada dez pacientes intubados, morrem, segundo estudo da Fiocruz (https://www.poder360.com.br/coronavirus/88-dos-intubados-com-covid-em-fevereiro-morreram-no-brasil/). Quando pensamos que podemos ser nós a morrer, nenhuma morte é aceitável, correto?


Além disso, as sequelas em quem sobrevive, mesmo em quem teve pouco ou nenhum sintoma, já são terríveis, como redução da capacidade cognitiva, e podem ser piores, porque ainda não conhecemos os efeitos da doença após longo prazo.


E as famílias?

Para trocar as lâmpadas da cidade, a Prefeitura de Araraquara fez dívida de R$ 53 milhões só com a Caixa Econômica Federal.


Com esse dinheiro, daria para pagar ajuda mensal de R$ 600 para mais de 7,3 mil famílias por um ano inteiro.


É assim que a Prefeitura poderia manter as escolas fechadas e resolver o problema dos pais que não tem com quem deixar os filhos.


O governo federal também deveria garantir auxílio para as famílias, mas preferiu ajudar os bancos e ainda por cima não comprou vacinas a tempo.

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