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  • Média de crianças com covid-19 em Araraquara cresce 136% em dois meses

    Mais de 25% dos casos entre 0 e 9 anos em toda a pandemia ocorreu nos últimos 54 dias; período coincide com retorno das atividades presenciais nas escolas Após o retorno das atividades presenciais nas escolas municipais de Araraquara, no início de abril deste ano, a média de contaminação de crianças de até 9 anos por covid-19 na cidade cresceu 136%. A média entre todas as idades, no mesmo período, cresceu 42%. Desde o início da pandemia, quando os primeiros casos de covid-19 foram identificados em Araraquara, dia 31 de março de 2020, até o dia 7 de abril de 2021, 426 crianças desta idade tinham sido contaminadas (em 371 dias, dá uma média de 1,15 contaminações de crianças por dia). (imagem retirada do site https://arcg.is/neO5H no dia 7 de abril de 2021) Do dia 8 de abril até o dia 31 de maio de 2021 (apenas 54 dias), tivemos 147 crianças positivadas para covid-19, média de 2,72 contaminações por dia. Pode parecer um número baixo, perto do total de positivados todos os dias, mas a média nestes 54 dias é mais que o dobro da média anterior. As crianças, portanto, estão se contaminando muito mais. (imagem retirada do site https://arcg.is/neO5H no dia 31 de maio de 2021) Os números revelam que mais de 25% dos casos de contaminação por covid-19 em crianças menores de 9 anos foram registrados apenas nos últimos 54 dias. Do total de contaminados na cidade, para efeito de comparação, 17% foram registrados neste mesmo período. Podemos facilmente concluir que a contaminação de crianças está maior do que a das outras faixas etárias nos últimos dois meses. E o que ocorreu de diferente nestes últimos dois meses, que poderia justificar este aumento? A reabertura das escolas. Estudo recente da Fiocruz aponta que existe “altíssimo risco de transmissão nas escolas”, em Araraquara, devido ao número de casos por 100 mil habitantes e o percentual de positivados registrados na cidade. Para o risco de transmissão nas escolas ser baixo, ainda de acordo com o estudo da Fiocruz, Araraquara teria que registrar menos de 21 casos novos em uma semana e ter menos de 5% de positivados por sete dias consecutivos. A realidade é que tivemos 794 casos em uma semana, com percentual de positivados acima de 13%. A ciência está avisando que não é seguro abrir as escolas. Os servidores municipais da Educação estão em greve desde o dia 5 de abril avisando que, de acordo com a ciência, as escolas não são ambientes seguros. O Ministério Público do Trabalho afirma que as escolas não têm condições sanitárias para garantir segurança a servidores e alunos. Entretanto, as escolas seguem abertas em Araraquara. Não há mágica, não há outra saída para combater a covid-19, a não ser a ciência.

  • Justiça proíbe Prefeitura de Araraquara de descontar salário de grevistas da Educação

    Liminar foi concedida nesta sexta-feira, em ação movida pelo MPT; movimento segue em greve em defesa da vida desde o dia 5 de abril Vitória, com V maiúsculo, para o movimento grevista de Araraquara. Um misto de orgulho e alívio para quem está na greve e uma desculpa a menos para quem quer aderir a partir de agora. Os servidores municipais da Educação de Araraquara não podem ter desconto em salários e benefícios por participação na greve até que sejam julgados os méritos das três ações civis públicas movidas contra o Município pelo MPT e pelo SISMAR. A decisão liminar de hoje, 28, é da juíza Ana Lúcia Ferreira, da 1ª Vara do Trabalho da cidade, em ação civil pública movida pelo Ministério Público do Trabalho (MPT). Em outras, palavras, com base em toda a argumentação do MPT em nova ação, não aquela que teve decisão contraditória, esta juíza (que também não é a mesma da outra ação) proibiu por liminar que a Prefeitura desconte salário e tíquete de grevista até o fim das três ações. E qual é a argumentação do MPT? A mesma que a do SISMAR: que a Prefeitura não pode descontar salário porque não há segurança no local de trabalho e que tanto servidores, como alunos e toda a comunidade escolar estão em risco. Este argumento acatado pela Juíza, tem base em entendimento do STF: "A administração pública deve proceder ao desconto dos dias de paralisação decorrentes do exercício do direito de greve pelos servidores públicos, em virtude da suspensão do vínculo funcional que dela decorre, permitida a compensação em caso de acordo. O desconto será, contudo, incabível se ficar demonstrado que a greve foi provocada por conduta ilícita do Poder Público". A tal “conduta ilícita do poder público”, no caso, é não manter as condições de segurança para a realização do trabalho. O Ministério Público do Trabalho pediu, na mesma ação, a devolução dos descontos já realizados. Porém, a juíza entendeu que seria necessário avaliar provas, comprovantes, ouvir as partes e que, no julgamento do mérito, mais adiante, isso pode ser discutido. Portanto, ela concedeu a liminar para proibir a Prefeitura de realizar novos descontos, mas não decidiu nada sobre o que já foi descontado. Vitória para se comemorar muito.

  • Precisamos falar sobre o lockdown de Araraquara sem paixões

    Funcionou para reduzir os casos e as mortes? Sim. Foi na hora certa e pelo tempo necessário para conter realmente a doença? As evidências mostram que não. O lockdown promovido pela Prefeitura de Araraquara em fevereiro de 2021 parece ter surtido efeito não só sobre a pandemia de covid-19 na cidade, mas também sobre a capacidade crítica e de análise de muita gente. Sim, o prefeito Edinho Silva (PT) fez um lockdown sério na cidade (contra a vontade de muitos poderosos) e, sim, derrubou os indicadores da doença. Mas, esta leitura, apesar de correta e tão difundida, é insuficiente para entender os efeitos da medida adotada pelo município, carece ser aprofundada. Qual o objetivo de um lockdown? Controlar a transmissão da doença a ponto de haver segurança para abertura das atividades econômicas, ou apenas impedir que as pessoas morram em casa sem atendimento? Se a resposta for a primeira opção, o lockdown em Araraquara não funcionou. Se for a segunda, funcionou por um tempo, porque para ser duradouro deveriam controlar a transmissão da doença a ponto de haver segurança para abertura. Três fatores comumente ignorados, mas que são fundamentais para analisar os efeitos do lockdown, são o momento em que a restrição total é determinada, o tempo de duração dela e o tamanho da queda dos indicadores que ela provoca, principalmente. Estudos da USP e da Fiocruz mostram com precisão os níveis seguros destes indicadores para uma eventual abertura das atividades econômicas sem risco para a população. Respeitemos a ciência, não é? Dizer simplesmente que o lockdown feito em Araraquara “funcionou” porque “os números caíram” é ignorar estes três fatores. E são justamente eles que explicam o fato de a cidade estar vivendo nova onda, com crescimento dos casos, UTIs lotadas e filas para internação. Vamos a eles: Quando foi decretado Qual o momento ideal para uma cidade fazer lockdown? Depende do objetivo a ser atingido com ele. No dia 19 de fevereiro, dia da publicação do decreto do lockdown em Araraquara, que “fecharia a cidade” a partir do dia 21, os serviços de saúde públicos e privados da cidade já estavam colapsados com UTIs lotadas há cinco dias e enfermarias sem leitos há 15 dias. Em 19 de fevereiro, a média de casos novos da doença na cidade era de 175 casos por dia. Em todo o ano de 2020, a maior média tinha sido de 57 casos diários, em dezembro. Em 19 de fevereiro, havia 1257 doentes em quarentena em Araraquara. O pico deste indicador em 2020, tinha sido de 363. Em todo o ano de 2020, foram 92 mortes por covid-19 na cidade. Somente de 1º de janeiro a 19 de fevereiro de 2021, já tinham sido 75 mortes, 51 delas só em fevereiro. Portanto, do ponto de vista de quem, em 2021, ficou sem leito, adoeceu e vai ter sequelas, perdeu familiares e amigos, o lockdown demorou muito para ser feito. Quanto tempo durou O decreto do dia 19 de fevereiro determinava lockdown das 12h do dia 21 (domingo) às 23h59 do dia 23. Dois dias úteis e mais meio domingo. No dia 23, com muita pressão dos empresários, mas com indicadores da doença ainda subindo, foi publicado novo decreto que estendeu parte das restrições até às 6h do dia 27, sábado. Porém, este mesmo decreto liberava atividades de delivery (com até 30% dos funcionários), mercados, mercearias, padarias, açougues e hortifruti, por exemplo. Então, lockdown de verdade, com tudo fechado, somente com farmácia e hospital aberto, foi de 2 dias e meio. Depois, já tinha um monte de atividade funcionando e gente circulando na cidade, apesar de impostas sérias restrições. Não dava mais para chamar de lockdown. Nenhum veículo de comunicação que eu li questionou isso e muitos informaram quantidade de dias de lockdown sem conexão com a realidade ou mesmo com os decretos (vi falarem 10, 14 e 15 dias em lugares diferentes. Não sei de onde tiraram a informação). Tamanho da queda Para um debate frutífero sobre o lockdown ter funcionado ou não, as paixões têm que ser deixadas de lado, para que o assunto possa trazer reflexão e adequação das ações e não munição para um lado ou outro do espectro político. Se olharmos os indicadores da pandemia em Araraquara quando o lockdown foi decretado e o comportamento deles nas semanas seguintes, fica óbvio que a medida “funcionou”, porque os números despencaram, com exceção da ocupação de UTIs. Os dados estão aqui. Mas, vamos falar primeiro dos outros indicadores, depois voltamos à ocupação de UTIs. Os principais indicadores (casos novos, ocupação de leitos, doentes em quarentena) estavam altíssimos quando foi decretado o lockdown (como já mostrado acima) e caíram após a medida. Mas, mesmo depois da queda provocada pelo lockdown, os principais indicadores estabilizaram em média mais alta do que os piores momentos de 2020. Então, para dizer que o lockdown funcionou porque os números caíram, é preciso estabelecer a que níveis caíram, não basta dizer somente o percentual da queda. Esse percentual fica bom em releases da Prefeitura: “Mortes caem 66% após lockdown”. Ok, ocorre que, no pico, a média foi de 6 mortos por dia e, depois, estabilizou em 2, mas em 2020, não passou de 1. Ou seja, hoje morre o dobro do que morria antes. O lockdown funcionou, portanto, para evitar mortes sem atendimento hospitalar, mas não para conter a doença. Mas, então, isso prova que o lockdown não serve para nada? De jeito nenhum, muito pelo contrário. O lockdown, no momento em que foi feito, como foi feito e pelo tempo que foi feito em Araraquara, impediu que a cidade empilhasse mortos nas calçadas e quebrou a curva ascendente de progressão geométrica que todos os indicadores mostravam naquele momento. A questão é que o momento pode ter sido tarde e o tempo pode ter sido pouco para que o resultado fosse a verdadeira contenção da doença a um nível que fosse seguro reabrir escolas, bares, cinemas, academias e demais atividades. Interesses econômicos Estudando os números e acompanhando as decisões políticas, é fácil entender a estratégia adotada pela Prefeitura: manter as atividades econômicas abertas enquanto houver leitos. A determinação de que são necessários 30% dos testes positivos entre sintomáticos ou 20% do total de testes como única forma de medir a necessidade de um novo lockdown na cidade, conforme determina o mais recente decreto municipal, deixa claríssima esta estratégia. Como a cidade tem feito de 600 a 1 mil testes diários nos últimos dias, teríamos que ter entre 180 e 300 casos novos por dia para um novo lockdown e, como já mostrado, a maior média em 2020 foi de 57 casos. Então, 180, 300 casos é muita coisa, adoece muita gente, traz sequelas e mata. Se a doença mata, hoje, 3% dos contaminados, não podemos esperar ter 300 casos por dia para fechar a cidade. Fazer isso para poder manter atividades econômicas funcionando é compactuar com a morte de 2 ou 3 pessoas todos os dias em uma cidade com 230 mil habitantes por uma doença evitável. Leitos de UTI O único indicador que não caiu após o lockdown em Araraquara foi o da ocupação de leitos de UTI. Não caiu como os demais, mas parou de crescer, estabilizou lá no alto, com média de 85% de ocupação. E este indicador mudou ao longo do tempo não só pela ocupação, mas também pela oferta de leitos, que aumentou conforme a pandemia avançava. Fomos de 58 leitos em fevereiro, quando registrado o primeiro colapso, para os 96 que tínhamos no dia 24 de maio. A taxa de ocupação no dia 24 de maio é de 96%, com 91 pacientes internados, sendo a maioria (52) de outros municípios transferidos para Araraquara. Este é um dos fatores que explica o fato de a taxa de ocupação de UTI não ter caído após o lockdown, o fato de a estrutura hospitalar de Araraquara estar sendo utilizada por outros municípios. E outro é que há limites intransponíveis para a criação de novos leitos de UTI, como equipe treinada e insumos. Já faltam medicamentos para intubação na cidade e, por este motivo, a Santa Casa comunicou que não vai mais atender novos casos de covid-19. O impacto disso foi imediato: dia 26 de maio, segundo dados do boletim epidemiológico diário da Prefeitura de Araraquara, o número de leitos UTI disponíveis na cidade caiu quase 5%, de 96 para 92 (são 87 internados e taxa de ocupação de 95%). Resultado Com tudo isso, é possível olhar pelo lado do gestor, que comemora o fato de não termos empilhado corpos nas calçadas e nem nas casas sem atendimento médico, e isso é ótimo. Mas, nós somos as pessoas que se contaminam e morrem, não somos gestores. Então, para nós, que assistimos a tudo, o lado humano é que deveria ser levado em conta e a prioridade deveria ser o controle efetivo da pandemia, pois nenhuma morte é aceitável. Caso contrário, cabe a pergunta: quantas e quais pessoas podem morrer para as atividades econômicas poderem abrir?

  • Teve desconto no tíquete e precisa de uma ajudinha?

    Os servidores da Educação de Araraquara que tiveram vale alimentação reduzido por causa da greve sanitária podem preencher o formulário no link abaixo para receber cesta básica Link para preencher o formulário: https://forms.gle/2w5VtedjbyykiGwBA

  • Reabertura das escolas faz segunda vítima fatal em Araraquara: Kelly Pimentel

    Ela faleceu depois de um mês internada com covid-19; CER onde ela trabalhava teve o maior surto da doença entre as unidades escolares A luta e o luto se misturam neste momento de dor e sofrimento para amigos e familiares da servidora Kelly Pimentel, falecida por complicações da covid-19 nesta quinta-feira, 20 de maio, depois de um mês lutando contra a doença. Ela deixa marido e filho. Kelly trabalhava no CER José Amaral Gurgel, no Jd. Adalberto Roxo. Após a reabertura forçada das escolas pela Prefeitura de Araraquara desde 12 de abril, esta unidade teve o maior surto de covid-19 entre todas as unidades municipais de Educação, com pelo menos 12 casos confirmados da doença. Outra servidora desta mesma unidade, Queli Fernandes, também se contaminou com covid-19 após o retorno das aulas e faleceu dia 2 de maio. Diante disso, o SISMAR pergunta: Quantas pessoas mais precisarão morrer para o prefeito Edinho Silva fechar as escolas? O SISMAR está alertando, pesquisadores estão alertando, cientistas estão alertando, especialistas em Educação estão alertando e até políticos do mesmo partido do prefeito estão alertando e, mesmo assim, Edinho mantém as escolas abertas colocando servidores, pais, alunos e toda a população em risco. Já são duas mortes que poderiam ter sido evitadas. Quantas mortes teriam ocorrido se as escolas estivessem fechadas, quantos vulneráveis morreriam? É para proteger a vida de todos que os servidores municipais da Educação, organizados pelo SISMAR, estão em greve sanitária, já que não há segurança no ambiente de trabalho a ponto de provocar a morte das pessoas. Ninguém mais deve morrer pela decisão irresponsável de abrir escolas e outras atividades. A ciência mostra claramente quais são os parâmetros seguros para retomada das atividades, inclusive escolas: Menos de 70 casos novos por semana e menos de 10% de positivados entre todos os testados, inclusive assintomáticos. Mas não basta só um destes indicadores estar dentro do parâmetro. Ambos os indicadores precisam estar dentro desta faixa para que haja segurança. Explicamos melhor este assunto aqui neste texto (link para nossa matéria de hoje). A greve é pela vida e todos podem aderir a qualquer momento. Ninguém pode ser obrigado a ir correr risco de vida ao ir trabalhar em uma escola. Quem quiser se proteger, basta não ir trabalhar e assinar a lista de presença da greve que está disponível no site do SISMAR (www.sismar.org) e no face do Sindicato.

  • Edinho decreta pandemia permanente em Araraquara

    Prefeitura não vai controlar a transmissão da Covid-19 sem tomar decisões com base em evidências; se USP e Fiocruz forem fontes confiáveis, todas as atividades econômicas deveriam estar fechadas O decreto 12.579/21, publicado ontem, 19 de maio, pela Prefeitura de Araraquara, como medida de enfrentamento à covid-19, vai servir, na verdade, para manter a transmissão comunitária da doença em alta na cidade, segundo parâmetros estabelecidos em estudos publicados pela USP e pela Fiocruz. Pelo que parece, o prefeito Edinho Silva (PT) aceita conviver com uma média de 2 a 3 mortes por dia e de 80 internados em UTI que podem ter sequelas graves para o resto da vida, mas tem dificuldade de enfrentar interesses econômicos e políticos que querem as escolas e demais atividades abertas. Se a Prefeitura pretende controlar a pandemia com este decreto, é esperada uma explicação primordial por parte do governo: os percentuais utilizados como referência para abertura ou fechamento das atividades econômicas na cidade foram baseados em quais evidências? Porque não basta o prefeito dizer que está seguindo a ciência se ele não disser qual estudo, quais dados, quais evidências científicas, quais fontes de pesquisa são usadas para a tomada de decisões. Decisões estas que significam a diferença entre a vida ou a morte de pessoas. Mortes evitáveis, salientamos aqui. E destacamos que a covid-19 mata quatro vezes mais hoje, maio de 2021, do que matava em julho de 2020, quando Araraquara foi destaque por ter a menor letalidade entre cidades do mesmo porte. Como não sabemos as fontes científicas da Prefeitura, para analisar a pandemia na cidade e os efeitos do decreto vamos utilizar as nossas: USP e Fiocruz. Estudos publicados por ambas mostram que a pandemia em Araraquara não está nem perto de estar controlada e que os números utilizados pela Prefeitura neste decreto vão manter a cidade com contaminações em alta. E isto, é importante dizer, significa mais gente morrendo todos os dias. Não é confiável utilizar apenas um indicador para monitorar a pandemia, muito menos para basear decisões e políticas públicas da área da Saúde. O prefeito erra ao se apegar única e exclusivamente ao “percentual de positivados” como régua para definir as ações do governo no combate à pandemia, que é o que consta no decreto. E não é o SISMAR que diz que é falho usar só o “percentual de positivados” para monitorar a pandemia. Pelos estudos que utilizamos como referência (links no fim do texto), só dá para medir o tal “controle da pandemia” considerando-se dois ou mais indicadores. No estudo da USP, elaborado especificamente como suporte às decisões e ações do Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP), os pesquisadores usam dois indicadores: o “percentual total de positivados (sintomáticos e assintomáticos)” e o “número de casos por 100 mil habitantes por semana”. No estudo da Fiocruz, são seis, como vamos mostrar mais adiante. Relacionados, os dois indicadores utilizados no estudo da USP mostram se a pandemia está controlada ou não a ponto de termos segurança para abrir escolas e demais atividades. E estes indicadores precisam ser analisados juntos, justamente para que não haja distorções como a que estamos vendo em Araraquara, onde o percentual de positivados está dando a falsa impressão de controle. O percentual pode estar baixo, mas, pelo estudo da USP, se o número de casos por 100 mil habitantes estiver alto, não há que se falar em “controle da pandemia”. E é este justamente o caso de Araraquara, hoje. Os pesquisadores desenvolveram um gráfico do tipo mapa de calor, com os dois indicadores relacionados, que permitem visualizar o nível de controle da transmissão da covid-19 em determinada localidade e estabelecem parâmetros objetivos de segurança para retomada de atividades econômicas, inclusive escolas. Em 28 de março, Araraquara estava assim posicionada, considerando estes dois indicadores: na zona vermelha, ou seja, “descontrole na transmissão, alto risco para qualquer atividade sem distanciamento na comunidade: as escolas não podem ser abertas para atividades presenciais”, de acordo com o estudo. Mas, Araraquara estava no caminho certo. O lockdown tinha funcionado para reduzir a transmissão, porém foi curto. Se a Prefeitura tivesse mantido escolas e as outras atividades fechadas por mais algum tempo, provavelmente a cidade teria controlado realmente a pandemia e poderíamos estar retomando as atividades com risco muito menor. Vejam que, no dia 25 de abril, tínhamos melhorado nossa posição no gráfico. Ainda estávamos na zona vermelha, mas nos dirigíamos claramente para a zona laranja, que permite alguma abertura, ainda que com restrições severas. Entretanto, hoje, dia 19 de maio, após a abertura das escolas e demais atividades, já nos distanciamos novamente das zonas mais seguras, que são as laranja, amarela e azul. O aumento do número real de casos, que é o indicador “casos por 100 mil habitantes”, fez com que Araraquara se distanciasse ainda mais da zona laranja, além do aumento do percentual de positivados. O gráfico mostra que, mesmo se o indicador “percentual de positivados” estivesse abaixo de 5%, ainda assim não teríamos controle da pandemia, porque o indicador “casos por 100 mil habitantes” está altíssimo. Somente a combinação dos dois indicadores, como dito antes, pode nos dar a real dimensão da pandemia na cidade e do nível de insegurança que vivemos. Ignorar isto e decidir os rumos da cidade sem evidências comprovadas é, no mínimo, irresponsabilidade e pessoas morrerão por causa disso. Já o estudo da Fiocruz, que utiliza parâmetros dos Conass/Conasems (Conselhos Nacionais de Secretários de Saúde e de Secretarias Municipais de Saúde), publicado ainda em 2020, considera seis indicadores para analisar o nível do risco da pandemia em determinado momento. Este estudo ainda não leva em conta a nova cepa, cuja transmissão é maior, e mesmo assim Araraquara está muito mal posicionada. O estudo traz uma tabela com pontuação para cada um dos seis indicadores. A soma dos pontos classifica o nível de risco naquela localidade. Vejamos o caso de Araraquara pela ótica deste estudo. Considerando a tabela abaixo, pontuamos cada indicador de acordo com os dados epidemiológicos da cidade divulgados pela Prefeitura. Percentual de ocupação UTI – 12 pontos (roxo) Percentual de ocupação enfermaria – 4 pontos (laranja) Previsão de esgotamento – 4 pontos (roxo) Variação de óbitos – 2 pontos (laranja) Variação de casos – 4 pontos (roxo) Taxa de positivados – 1 ponto (amarelo) Total = 27 pontos Esta pontuação nos coloca em “risco alto”, a segunda pior fase, ainda de acordo com a Fiocruz. A conclusão, portanto, é a mesma: o novo decreto da Prefeitura de Araraquara desconsidera as evidências científicas e a transmissão da covid-19 vai permanecer alta na cidade. Mas, o decreto não é de todo errado. Ele acerta na regulamentação da testagem e isolamento rigorosos dos contactantes. Contudo, já era para ser assim desde o início. Então, se a testagem e o isolamento dos contactantes, antes do decreto, não era feita assim, estava sendo feita de maneira errada e não gerava um indicador eficiente para avaliação da contaminação comunitária na cidade. Especialistas recomendam pelo menos 30 testes a cada positivado, nos contactantes. Em Araraquara, em dias com 100 casos, deveriam ser realizados 3 mil testes, mas é feito apenas um terço disso. Ou seja, além de considerar apenas um indicador, ele ainda é falho. Por isso, por não se basearem em evidências, a abertura das escolas e demais atividades foi feita no momento errado, cedo demais, e, como consequência, não vai durar por muito tempo. Com o número de contaminados crescendo vertiginosamente, como vimos esta semana, em breve teremos novo lockdown em Araraquara. Logo depois, os números vão cair e tudo vai reabrir. Porém, enquanto o critério adotado pela Prefeitura for apenas o percentual de positivados de olho na ocupação de leitos não teremos controle efetivo da pandemia e ficaremos presos entre um lockdown e outro e a pandemia vai continuar fazendo vítimas na cidade. Pelo menos, cada uma delas vai poder responsabilizar um homem, que é quem decide manter as coisas assim. Link para estudo da Fiocruz: https://portal.fiocruz.br/sites/portal.fiocruz.br/files/documentos/contribuicoes_para_o_retorno_escolar_-_08.09_4_1.pdf Link para estudo da USP https://48697a4c-5a78-42d6-aec6-22733026cd1f.usrfiles.com/ugd/48697a_b051776439884b3fa827ead66fd0a283.pdf

  • SISMAR organiza ajuda para quem teve desconto no tíquete por causa da greve

    Cestas básicas serão distribuídas aos servidores; quem precisar de ajuda deve preencher o formulário abaixo Diante do absurdo e ilegal desconto do vale alimentação dos servidores municipais da Educação de Araraquara que estão em greve sanitária, o SISMAR está organizando uma ajuda a estes profissionais por meio da distribuição de cestas básicas. Os interessados em receber a cesta básica precisam preencher o formulário que consta neste link: https://forms.gle/HkBFbf6DFHKE1K5t8 O SISMAR entrará em contato com os interessados para a distribuição da cesta. Compartilhe esta informação com seus colegas que você sabe que tiveram descontos e precisam de ajuda. Outras ações estão sendo realizadas para ajudar os grevistas. Mais detalhes sobre elas durante as lives das 9h, na página do SISMAR no facebook.

  • Araraquara vai colapsar de novo

    É o que indicam os dados sobre contaminação e ocupação de leitos. Poucos dias antes do lockdown – válido a partir de 21 de fevereiro – atingimos 100% de ocupação de leitos de UTI pela primeira vez em Araraquara, com 58 internados, dia 15 de fevereiro de 2021. Duas semanas antes, dia 31 de janeiro, eram 33 internados em UTI. Neste mesmo dia, a média de casos novos era de 81 – pela primeira vez na pandemia. Hoje, dia 17 de maio, a média de casos novos está em 83 e são 88 internados em UTI. Estes números crescem há 7 dias consecutivos, sendo hoje o quinto dia com mais internados em UTI em toda a pandemia - o máximo foi 93. Nesta semana, fomos de 75 para 88 internados - ocupação de 93% dos leitos UTI Covid-19, ou seja, tem mais 7 leitos livres. A Prefeitura não tem divulgado casos de pacientes aguardando leito, mas isso não significa que eles não existam. A média de casos novos, há uma semana, era de 43, hoje é 83. A primeira vez que Araraquara registrou cinco dias consecutivos com mais de 90 casos novos foi justamente no início da chamada “segunda onda”, que pegou a cidade em cheio com a nova cepa (P1). Depois da queda dos números por causa do lockdown, esta semana voltamos a registrar cinco dias seguidos com mais de 90 casos. Também chama a atenção o número de doentes em quarentena, porque eles impactarão em breve o número de internações. Esta semana, voltamos a ter mais de 500 doentes de covid-19 ao mesmo tempo, desde a queda efeito do lockdown. O pico em 2020 foi de 363 doentes em quarentena. Os números de hoje são muito parecidos com os que vimos pouco antes do colapso em fevereiro, porém, hoje o vírus mata o dobro de pessoas do que matava em janeiro. Os especialistas já falam da terceira onda e da potência da cepa indiana. Só não enxerga quem não quer. Edinho acertou no lockdown e em outras medidas no combate à pandemia, mas erra gravemente agora, colocando a vida das pessoas em risco para não perder capital político junto aos grandes empresários. Agora, com estes dados, já não basta fechar somente as escolas, é preciso um novo lockdown na cidade para conter o avanço desta doença que tem matado cinco Araraquarenses a cada dois dias. Ou vão pagar para ver e correr o risco de lotar hospitais e perder o controle novamente? Ninguém pode ser obrigado a correr o risco de ser infectado por uma doença para a qual existe vacina. E é isso que se faz ao manter a circulação de pessoas pela cidade com atividades funcionando com este quadro pandêmico. Manter escolas e demais atividades abertas neste momento é contribuir para a morte das pessoas. E é matemática, não tem como escapar. Apelamos à humanidade dos gestores, prefeito e membros do comitê de contingenciamento da covid-19: parem a cidade para salvarem vidas. Ajudem de outra forma. As mortes não vão parar enquanto escolas e demais atividades estiverem abertas obrigando grande circulação de pessoas. Todos os estudos científicos demonstram que reduzir a circulação das pessoas reduz a circulação do vírus. Não podemos admitir mais e mais mortes para que as escolas e lojas possam abrir presencialmente. Diminuir o número de mortes não pode ser comparado a diminuir o impacto financeiro ou o desemprego. Os servidores municipais de Araraquara estão exaustos, estressados, angustiados, com medo e deprimidos, temendo a doença, temendo adoecer seus familiares, sem conseguirem desenvolver suas atividades como sempre fizeram e os que estão trabalhando presencialmente ainda estão expostos diariamente ao risco de morte. Manter escolas e outras atividades abertas neste momento é uma afronta não só aos educadores que estão em greve, mas também aos servidores da Saúde, que não deveriam ser obrigados a atender cada vez mais pacientes, presenciar o tempo todo o sofrimento e muitas vezes a morte. E também a todos os servidores, porque precisam de suas vidas preservadas e suas rotinas restabelecidas, mas seguem sofrendo por causa da política de manter hospitais lotados como se fosse controle da pandemia. Esta doença é evitável e há vacina para ela. Como admitir tanto risco e tantas mortes?

  • Justiça dá 48 horas para Prefeitura de Araraquara explicar descontos ilegais de grevistas

    Ação movida pelo SISMAR pede o ressarcimento total dos valores; governo Edinho segue fechado para diálogo, mesmo com pandemia piorando no município A Juíza Camila Machado, da 1ª vara do Trabalho de Araraquara, intimou a Prefeitura a explicar em 48 horas os descontos ilegais realizados nos salários dos servidores municipais da Educação por causa da greve sanitária iniciada em 5 de abril. (ver documento) A decisão da Juíza foi assinada dia 14 e disponibilizada nesta segunda-feira, 17 de maio, em ação civil pública movida pelo SISMAR exigindo o ressarcimento integral, imediato e corrigido de todos os valores descontados, bem como a proibição ao Município de proceder novos descontos tanto nos salários quanto no vale e no abono alimentação. A greve é um direito de todos os trabalhadores brasileiros, garantido pela Constituição Federal e, no caso da greve sanitária, prevista até mesmo em convenção internacional da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Na concepção do Departamento Jurídico do SISMAR, a Prefeitura de Araraquara não poderia ter realizado desconto nos salários dos grevistas sem decisão judicial que determinasse isso. As atitudes da Prefeitura de Araraquara contra os servidores grevistas não são dignas de qualquer governo, muito menos de um governo que se pretende “dos trabalhadores”. Negativa em fornecer EPI’s, recusa de diálogo, ameaças, substituição de grevistas, arranjos para favorecer quem não está na greve, desconto nos salários e, por fim, o anunciado desconto do vale alimentação, deixam muito transparente o nível de respeito que o prefeito tem em relação aos servidores municipais e a movimentos de trabalhadores: nenhum. Justamente o Edinho, político forjado nas lutas trabalhistas e sindicais, deixa servidores sem comida no prato em retaliação a um movimento grevista que defende a vida das pessoas. A greve dos servidores municipais da Educação deflagrada no dia 5 de abril não é por motivos financeiros, mas em defesa da vida, com base em estudos científicos e com o maior apoio político já visto nos movimentos do SISMAR. Os pesquisadores e especialistas que nos apoiam são os mesmos que estão debatendo os rumos da Educação brasileira junto ao Senado Federal. Até mesmo a bancada estadual do próprio PT e a Central Única dos Trabalhadores (CUT) estão contra o retorno das aulas presenciais em Araraquara. Ou seja, Edinho está sozinho em sua luta contra a greve, somente com apoio dos seus partidários mais cegos, que insistem em defendê-lo contra tudo e contra todos. Edinho e sua trupe fecham os olhos para o risco coletivo que os servidores estão avisando desde o início da greve: o retorno das aulas vai piorar a pandemia. E piorou. Os números atuais da covid-19 em Araraquara já são praticamente os mesmos das semanas que antecederam o lockdown na cidade. Quase metade dos casos de maio foram registrados nos últimos 5 dias. A média de casos novos quase dobrou em 8 dias, foi de 43 para 83 casos novos diários. Em 6 dias, a quantidade de doentes "em quarentena" subiu de 323 para 530. Já são 39 mortes em 17 dias de maio. A opção dos servidores grevistas é pela vida. A greve está em andamento e pode te proteger também. A terceira onda da covid-19 já é uma realidade e suas consequências são imprevisíveis, por haver novas cepas circulando. Então, se você não quer se expor ao risco de ser contaminado, de contaminar outras pessoas e até de levá-las à morte, venha para a greve. Basta não ir trabalhar e assinar a lista de presença disponível no site do Sindicato www.sismar.org

  • Após denúncia do SISMAR, MPT vai investigar falta de luvas na saúde pública de Araraquara

    Servidores tiveram que adaptar EPI para poder realizar procedimentos simples e avançados, colocando em risco a própria vida e a dos pacientes O Ministério Público do Trabalho (MPT) de Araraquara instaurou, na última terça-feira, dia 4, um Inquérito Civil (IC) para investigar a falta de luvas descartáveis nas unidades de saúde municipais da cidade durante a pandemia. A denúncia foi feita pelo SISMAR no dia 20 de abril. Servidores da Saúde foram obrigados a fazer adaptações para poderem trabalhar devido à falta de luvas de tamanhos PP, P e M. Apenas luvas G estavam disponíveis para uso e precisavam ser amarradas improvisadamente com cordões para poderem ser usadas. Esta adaptação que os servidores municipais foram obrigados a fazer nas luvas para realizar procedimentos simples e avançados coloca em risco a saúde deles e dos pacientes. Até o momento, a informação é que a Prefeitura improvisou uma solução emprestando luvas de outros setores emergencialmente, mas que as luvas corretas ainda não coram compradas. As luvas descartáveis são Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e, portanto, quem tem obrigação de fornecer e fiscalizar o uso é o empregador, no caso, a Prefeitura de Araraquara. Manter servidores da Saúde sem EPI adequado em meio à pandemia mais mortal da história é inadmissível. Eles são a linha de frente no combate à pandemia e os que mais foram infectados entre os servidores. Deixá-los sem proteção ou com EPIs adaptados é um tapa na cara da categoria. O SISMAR espera que o Inquérito Civil aberto pelo MPT não só identifique a responsabilidade pela falta das luvas, mas também que sirva para corrigir definitivamente o problema, para poder proteger a saúde e a vida tanto de servidores quanto de pacientes. A direção do SISMAR continua atenta e atuando em todos os setores para que os servidores municipais cumpram seu papel com segurança.

  • Araraquara: Mais nove servidores da Educação contaminados com covid-19

    Todos estavam trabalhando presencialmente: surtos foram identificados em quatro escolas esta semana A óbvia tragédia anunciada dos surtos de covid-19 nas escolas municipais de Araraquara segue seu curso com mais nove servidores contaminados esta semana. Todos estavam em trabalho presencial nas unidades, conforme determinação da Prefeitura, apesar da categoria estar em greve sanitária desde 5 de abril, baseada na ciência, justamente para proteger vidas. Uma das servidoras passou mal ao receber o resultado positivo do teste feito nas escolas. São mais nove trabalhadores que poderiam estar seguros cumprindo sua função a partir de casa, mas que foram obrigadas pelo governo Edinho a irem trabalhar presencialmente e agora precisarão lidar com diversos riscos terríveis: de morrer, deixar filhos órfãos, de contaminar e ser responsável pela morte de outras pessoas, de ter sequelas para o resto da vida. Todos estes casos serão levados ao conhecimento do Ministério Público do Trabalho (MPT), que já tem procedimentos investigando a falta de segurança sanitária das escolas para aulas presenciais. Mas, isso não basta, porque, enquanto a Justiça e o MPT debatem e decidem, tem servidor se contaminando todo dia nas unidades. Temos que evitar todos os contágios, não podemos aceitar como razoável adoecer no local de trabalho por uma doença para a qual já existe vacina. Nenhuma morte é aceitável. Nenhum sequelado é aceitável. O SISMAR faz mais um apelo à categoria: não vão ao trabalho presencial. Entrem na greve que foi deflagrada justamente para poder proteger as suas vidas! Já temos centenas de servidores protegidos, nenhum grevista foi contaminado neste mês de greve. O departamento jurídico do Sindicato está fazendo sua parte para garantir na Justiça o direito a proteção à saúde e à vida de todos, mas nós não somos mágicos, não somos capazes de evitar o contágio da doença. Então, o único modo de você se preservar até que a Justiça nos garanta segurança sanitária é entrando para a greve. Venha para a greve, se você não quer ser o próximo contaminado. Os casos foram identificados em cinco escolas, sendo quatro delas com dois casos cada. Todas deveriam ser interditadas por 7 dias. CER Judith de Barros Batelli, no Selmi Dei, 2 casos CER. Profª Maria Enaura Malavolta Magalhães, no Vale do Sol, 1 caso CER Profº Dr José Alfredo Amaral Gurgel, no Adalberto Roxo, 2 casos (esta unidade já teve outros 10 infectados e uma delas faleceu) CER Cyro Guedes Ramos, no Santa Angelina, 2 casos CER Maria da Gloria Fonseca Simoes, no Jd. Maria Luiza, 2 casos

  • SISMAR aciona justiça porque descontar salário sem decisão judicial é ilegal

    A Educação municipal de Araraquara está em greve sanitária em defesa da vida; uma servidora morreu e outros dois estão internados, todos eles infectados após o retorno das aulas O SISMAR está preparando uma ação coletiva, para mover perante a Justiça do Trabalho, exigindo o imediato ressarcimento dos dias parados descontados dos grevistas da Educação municipal de Araraquara. Este desconto é ilegal, pois estamos em greve sanitária, para preservar a saúde e a vida dos servidores diante do risco de contaminação pela Covid-19 nas escolas. Além da posição jurídica, o SISMAR vai denunciar os descontos ilegais também em todas as esferas políticas possíveis, porque é inadmissível que isso ocorra em meio a uma pandemia mortal como forma de desmobilizar uma greve e colocar servidores em risco nos locais de trabalho por um prefeito que diz representar o Partido dos Trabalhadores. A greve sanitária, ou greve ambiental, é um direito fundamental do trabalhador, defendida no Tribunal Superior do Trabalho (TST) e prevista até na convenção 155 da Organização Internacional do Trabalho (OIT): “Art. 13 — Em conformidade com a prática e as condições nacionais deverá ser protegido, de consequências injustificadas, todo trabalhador que julgar necessário interromper uma situação de trabalho por considerar, por motivos razoáveis, que ela envolve um perigo iminente e grave para sua vida ou sua saúde.” Por isso, o SISMAR vai buscar em juízo uma tutela de urgência para o ressarcimento imediato de todos os valores descontados ilegalmente. A greve sanitária é uma exceção na qual, mesmo havendo a suspensão do contrato de trabalho, não cabe desconto de salário por envolver a segurança e a vida dos servidores. O governo, se queria descontar os salários, deveria ter acionado a Justiça para que o judiciário avaliasse se a greve preenche ou não os requisitos necessários. Edinho está usando um meio ardiloso muito frequente entre os patrões desde a revolução industrial para desmobilizar grevistas, o desconto de salário. Assim, ele coloca o servidor em duas situações desesperadoras: ou vai trabalhar colocando a vida em risco ou fica sem pagamento. Vejam se isso é compatível com um prefeito que se diz democrata e que pretende fazer um governo com princípios socialistas, usando palavras dele! O resultado é que os servidores grevistas ficaram ainda mais revoltados e a greve continua com mais força do que nunca. Hoje, dia 5 de maio, após um mês de greve, o movimento ganhou muita força, atingindo mais de 30% da categoria. A morte da educadora Queli Fernandes, infectada após o retorno presencial das aulas na cidade, não sensibilizou o prefeito e sua equipe, mas mexeu profundamente com o sentimento dos servidores e eles decidiram aderir ao movimento para protegerem suas vidas.

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